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Dicas

O que é a escola de cerveja alemã?

Na última semana fizemos, no nosso Instagram, a Semana da Escola Alemã. Foram 5 dias de muito conteúdo, história, estilos e dicas de cervejas que são referência nessa categoria. Fizemos até lives, falando da escola e analisando um estilo de cerveja.

Para quem perdeu, os posts estão lá no nosso perfil @cervejaegastronomia. Segue lá para não perder as próximas lives.

Mas vou trazer aqui no site um compilado para você conhecer um pouco mais sobre a escola cervejeira da Alemanha!

A Escola Alemã

Primeiro vamos começar falando as escolas cervejeiras. São 4, 3 do velho mundo e 1 do novo mundo. Assim, temos a escola Inglesa, a escola Alemã, a escola Franco-Belga e a escola Americana. No caso da escola Alemã, temos como principal característica o uso de lúpulos nobres, sem exagero, na produção de cervejas de baixa fermentação.

O que acontecia na época? Os cervejeiros ingleses produziam Ales, que são cervejas de alta fermentação. Os alemães também, mas eles vivem em uma área onde as temperaturas são mais frias no inverno. Eles usavam o que eles chamavam de “espuma da cerveja”, para preparar novos lotes da bebida. Essa “espuma”, era, na verdade, a levedura, que sobrava de um lote para o outro, e que só foi descoberta anos depois.

A prática também levou a algumas descobertas, como o aumento da validade da cerveja, quando ela ficava estocada em locais frios, como cavernas, em que a temperatura cai 10 graus. Hoje sabemos que, nessas baixas temperaturas, as bactérias não sobrevivem. Mas a levedura continua fazendo seu trabalho, mesmo nessa temperatura mais baixa.

Outra diferença é que essa levedura de baixa temperatura não subia como uma espuma, ao fim do processo de fabricação de cervejas, como eles conheciam com a produção de Ales. Ela ia para o fundo dos tanques.

Foi assim que eles perceberam que tinham nas mãos um tipo diferente de cerveja. Ela demorava mais tempo para ficar pronta mas tinha uma cor extremamente clara, dourada e cristalina.

Com o uso de refrigeradores, os primeiros cervejeiros começaram a fabricar a cerveja o ano todo e surgiram então, as Lagers, Pilsens, Helles – só para citar alguns dos estilos mais claros. Há ainda as cervejas escuras, as avermelhadas e as cervejas de maior potencial alcoólico.

Mas no geral, podemos dizer que a característica das cervejas alemãs é o uso do malte e do lúpulo, em cervejas de baixa fermentação – as famosas lagers.

A Lei de Pureza

Até 1500, os cervejeiros usavam muitos ingredientes para produzir a bebida. E eu digo muitos mesmo. Tudo era misturado com o malte e a água, no que chamamos de gruit. O problema é que isso estava trazendo contaminação para a cerveja e, em vez de ser uma bebida segura, começou a trazer problemas de saúde.

Assim, no dia 23 de abril de 1516, o Duque Guilherme IV da Baviera, instituiu a Lei da Pureza da Cerveja. Nesse decreto, a cerveja só poderia ser fabricada com os seguintes ingredientes: água, malte de cevada e lúpulo. Na época a levedura ainda não era conhecida.

Reinheitsgebot - Lei de Pureza da Cerveja da Baviera
Reinheitsgebot – Lei de Pureza da Cerveja da Baviera

Essa legislação ainda ajudou a resolver um problema com a produção de alimentos, com o trigo. Ao proibir o uso do trigo na cerveja, direcionou para uso em pães. Nós já fizemos uma reportagem específica sobre a lei, chamada de Reinheitsgebot. Clique aqui para conferir.

Oktoberfest

Não fosse a pandemia, nesta época do ano estaríamos em plena Oktoberfest, em Munique, na região da Bavária!

Tudo começou como um casamento, em 1810. A data era 12 de outubro e acabou virando um grande feriado, já que todos os cidadãos de Munique foram convidados para ver o casamento do Príncipe Herdeiro Luís (que seria o Rei Luís I ou Ludwig, em alemão) com a Princesa Teresa da Saxônia Hildburghausen.

A cerimônia foi tão grandiosa que teve até uma corrida de cavalos para marcar o encerramento. Claro, tudo regado a litros e litros de cerveja, oferecida pelo noivo e futuro Rei.

Pintura mostra como foi a primeira Oktoberfest, durante o casamento do rei Ludwig (Luis)
Pintura mostra como foi a primeira Oktoberfest, durante o casamento do rei Ludwig (Luis)

Um ano depois eles decidiram repetir a corrida de cavalos e esse evento deu origem ao que a gente conhece hoje como a Oktoberfest.

Apesar de a primeira edição ter sido realizada em outubro, a festa, mudou e começou a ser apresentada em setembro, por causa do tempo na Bavária em outubro, que costuma até nevar. Assim, pela regra, a festa começa sempre no primeiro sábado depois de 15 de setembro, ao meio dia. E assim, termina duas semanas depois, no primeiro domingo de Outubro.

A cerveja servida na Oktoberfest tem um teor alcoólico mais alto do que as cervejas Lagers alemãs. Em média, elas têm entre 4,8% a 5,7% de álcool. O sabor é mais suave e menos amarga. Essas cervejas são conhecidas também como Märzen, por são produzidas no mês de Março (primavera, na Europa), para que fiquem prontas até a data da festa (outono).

Uma das tendas montadas na Oktoberfest em Munique - Foto: Ralf Kronenberger/Pixabay
Uma das tendas montadas na Oktoberfest em Munique – Foto: Ralf Kronenberger/Pixabay

Algumas curiosidades: quando a Oktoberfest completou 100 anos, em 1910, 120 mil litros de cerveja foram consumidos. Era o recorde da época, imagina! Hoje em dia, esse número está em 7 milhões de litros de cerveja.

Segundo a organização do evento, em média são mais de 6 milhões de visitantes nas duas semanas de duração da Oktoberfest. Destes, 15% são estrangeiros.

Até hoje a Oktoberfest foi cancelada por 26 vezes – todas por motivos de guerra ou epidemias (como a que a gente vive agora).

No Brasil, a maior festa da Oktoberfest acontece em Blumenau, Santa Catarina. Mas as festas de Santa Cruz do Sul e Igrejinha, no Rio Grande do Sul também são muito famosas.

Principais Estilos

  • Pilsner ou Pilsen: é o estilo de cerveja mais consumido no mundo. A maior parte das cervejas que você encontra no supermercado é deste estilo. É uma cerveja leve, fácil de beber, muito cristalina e de cor dourada.
  • Helles: É uma cerveja que lembra a Pilsen mas é mais adocicada, por causa do tipo do malte usado, o que deixa a cerveja com uma sensação menos amarga na boca.
  • Bock: a cerveja conhecida como “cerveja de inverno”. De cor avermelhada intensa, leva bastante malte. O teor alcoólico também é mais elevado. Na boca o sabor do malte e uma sensação de caramelização é bem presente.
  • Oktoberfest ou Märzen: cerveja comercializada na festa da Oktoberfest. É mais forte do que a Pilsen e com teor alcoólico mais elevado também, na comparação. É de cor dourada e muito refrescante.
  • Schwarzbier: uma das minhas preferidas. É uma cerveja de malte tostado, de sabor amargo, mas não tem gosto de café ou chocolate como boa parte das cervejas escuras. É uma cerveja bem leve.
  • Rauchbier: a famosa “cerveja de bacon”. Não! Não tem bacon nela. O defumado vem do malte, que é usado sem dó!
  • Weissbier ou Weizen: cerveja de trigo. É turva, de cor amarelo, com espuma cremosa e bem refrescante, levemente ácida.
  • Altbier: Cerveja clássica produzida em Dusseldorf. É amargo e frutada, de cor marrom, vermelho escuro.
  • Kölsch: Cerveja leve, produzida na região de Colônia. Tem no sabor notas de herbal e frutado leve.
  • Berliner Weisse: Cerveja ácida, muito consumida no verão em Berlim. Nos bares geralmente é servida acompanhada de xarope de frutas, o que deixa a cerveja colorida e com sabor muito doce. Prefiro sem a fruta, mas vale a experiência com os dois xaropes.

Lives

Nesta semana também fizemos duas lives. Na primeira, eu fiz um resumão sobre a escola alemã e falei dos estilos de cerveja. O vídeo tem 25 minutos e também está publicado no YouTube:

Além disso, também fizemos uma análise sensorial ao vivo. Confira:

Ficou com alguma dúvida? Comente aqui na reportagem!

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