Um dos itens mais caros na produção de cerveja é o lúpulo. Geralmente é importado e precisa ter cuidados especiais para não perder os aromas e os óleos que são muito importantes no amargor e no cheiro da cerveja que a gente bebe.
Já temos com uma certa quantidade a produção nacional de malte. As leveduras também já têm sua versão nacional com cervejas bem feitas, com resultados bem bacanas. Mas o lúpulo, que era um desafio, começa a se espalhar pelo país.
A primeira dificuldade era a temperatura. É que essa é uma planta que não tolera temperaturas altas. Lembra que eu falei que o lúpulo é muito sensível? É exatamente essa delicadeza que exigiu muito dos pesquisadores até encontrar um tipo de lúpulo adaptado ao solo e às temperaturas brasileiras.
Os primeiros plantios foram feitos no sul do país e é de lá que vem as experiências mais promissoras. No início de agosto, por exemplo, um projeto da Epagri, a empresa de pesquisa agropecuária e extensão rural de Santa Catarina, distribuiu 10 mil mudas de lúpulos. O objetivo da estatal com esse projeto é permitir a produção de cervejas 100% nacionais em escala.
De acordo com a Aprolúpulo, a Associação Brasileira dos produtores de Lúpulo, o Brasil tem cerca de 42 hectares de cultivo, o que representa cerca de 24 toneladas. Santa Catarina é o estado que tem mais produtores: 27%, seguido do Rio Grande do Sul com 22%, São Paulo com 18%, Paraná com 7%, Minas Gerais com 6% e Rio de Janeiro com 5%.
Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mostram que o Brasil é o terceiro maior produtor de cerveja do mundo. Só perde para a China e para os Estados Unidos. ASão produzidos por ano cerca de 14 bilhões de litros de cerveja.
